“SOU PROVA DE QUE DEUS EXISTE”, DIZ EMPRESÁRIO ANTONIO SOUZA

Por Magno Martins

O empresário cearense Antonio Souza, 49, escolheu Araripina, no Sertão pernambucano, para fincar raízes. Quem o vê, hoje, à frente do bem-sucedido grupo Ferreira Souza não imagina a dureza que foi sua trajetória para chegar até aqui. Ele foi entrevistado, ontem, em live conduzida pelo titular do blog.

Antonio tem uma história de vida surpreendente, que foi retratada em um curta-metragem lançado em 2018 e disponível em sua página oficial no Facebook. “Costumo dizer que sou uma prova viva de que Deus existe”, afirma.

De infância pobre, nasceu em 1970, em um pequeno sítio em Varjota, Sertão do Ceará. Filho de um agricultor, Zé Caboclo, e de uma dona de casa, Dorina, dividia uma minúscula casa de taipa e um chão de terra batida com dez irmãos.

A seca prejudicava a família na hora da colheita, fazendo-os passar por apuros. “Era um tempo de muito sofrimento. Faltava muita coisa”, conta Antonio. A mãe dele passou a ter problemas mentais no resguardo de um dos filhos: “Quando eu me entendi por gente, conheci minha mãe com problema mental. Quem cuidava da gente era minha irmã mais velha, Maria da Paz, de apenas oito anos.”

Além da carência, Antonio sofreu um acidente aos três anos, quando caiu e bateu com a cabeça na cama e o resto do corpo na parede. Isso fez com que passasse pelo menos seis meses assustado e gritando de tanta dor. Assim, passou a ter dificuldades para andar.

O pai, devoto de São Francisco, fez uma promessa para que o filho sobrevivesse e o inchaço das pernas passasse. Aos 10 anos, enquanto acompanhava o irmão numa caçada, outro acidente: com a espingarda, o irmão escorregou num declive e atingiu Antonio com um disparo em uma das pernas.

Antonio passou por cirurgia para retirada dos estilhaços da bala alojada na perna. Deste fato, surgiu uma esperança: o médico informou a Zé Caboclo que a claudicação do filho tinha jeito. O tratamento, contudo, era na capital cearense.

Os custos para deslocamento eram um entrave e Antonio Souza saiu pedindo ajuda de casa em casa até que conseguiu reunir a quantia. Enquanto esteve em Fortaleza, trabalhou como jardineiro e estudava à noite.

Em 1982, Antonio se mudou para Araripina, em Pernambuco, onde passou a morar com os tios. “Eu tive pena dele porque eu sabia que ele tinha saído de casa e estava sofrendo. Disse: ‘Fique, meu filho. Você está em casa’. Cuidei dele, lavando as roupinhas”, revelou a tia Raimunda, casada com João.

Para se manter na Capital do Gesso, Antonio Souza trabalhou na roça, com colheita de mandioca. “Ele sempre foi inteligente e dizia que ia procurar outro meio porque a roça não dava”, revela o tio João. Aos 13 anos de idade, Antonio recebeu a triste notícia de que o pai foi assassinado em uma emboscada.

Na tentativa de melhorar de vida, Antonio foi novamente para a cidade grande, aprendeu a datilografar, fez cursos de eletrônica e começou a instalar antenas de televisão. “Eu acho que instalei mais de mil antenas parabólicas. Passava a madrugada fazendo isso”, lembra.

Na capital, tentou outros meios de subsistência, com a fabricação de bolos e picolés. “Meu irmão tinha uma pequena fábrica de bolos no Ceará e começou a ganhar dinheiro com isso. Eu achei que poderia tentar uma nova atividade. Utilizei o mesmo método dele e como chove muito na capital, é úmido, os bolos mofavam mais do que vendiam, aí não deu certo. Na fábrica de picolé, ganhei uma bela sinusite. No verão, fabricava 5 mil e no inverno, a produção caía para 200”, recorda em tom humorado.

É casado com Sueli e pai de dois filhos: Anthony e Luan. Com a Fundação Antonio Souza, tem atuado no desenvolvimento de diversos projetos no Sertão do Araripe, o empresário trabalha para que o novo Aeroporto de Araripina saia do papel, fazendo com que a região atraia mais investimentos e gere empregos para a população. Este é um sonho compartilhado com o prefeito Raimundo Pimentel (PSL).

Entre as empresas de Antonio Souza, está a CAB Motors, em plena expansão no mercado automotivo brasileiro. Araripina foi escolhida para sediar o centro no Norte-Nordeste de montagem dos carros elétricos da companhia, com os modelos eCab e eStark, o que vai gerar centenas de empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local.

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