DECISÃO POLÊMICA DA ANS NÃO INCLUI CIRURGIA BARIÁTRICA PARA TRATAMENTO DE PACIENTES COM DIABETES TIPO 2

Recusa da ANS em ouvir a ciência penaliza pacientes que também correm mais riscos de morte caso contraiam a Covid.

Muitas dúvidas rondam a saúde dos brasileiros e, nesse momento desafiador de Pandemia, algumas impasses entre órgãos reguladores e o Conselho Federal de Medicina penalizam a saúde de pessoas portadoras da Diabetes Tipo 2. A despeito das evidências, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou a sua decisão de não incluir a cirurgia bariátrica/ metabólica para tratamento dos pacientes com essa comorbidade, que estão obesos e não conseguem controlar a doença. A Agência não autoriza a cirurgia bariátrica com   Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 35 apenas, a partir de 35.

De acordo com o cirurgião bariátrico Walter França, é preocupante a recusa da ANS em ouvir a ciência, o Conselho Federal de Medicina, que escrutinou todas as evidências e regulamentou o procedimento desde 2017, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e os Colégios de Cirurgiões e de Cirurgia Digestiva. “Outros órgãos, entidades e espaços como os Hospitais Sírio Libanês e Oswaldo Cruz, as universidades, da UNICAMP, da UFPR, da UFPE, e tantas outras contestaram através da Consulta Pública a decisão da ANS. O órgão não levou em consideração as recomendações de mais de 50 entidades médicas internacionais e manteve a sua decisão, que só prejudica os portadores de Dabetes Tipo 2”, salienta o profissional.

A Cirurgia Bariátrica além de melhorar a vida dos pacientes, os afastam das sequelas do diabetes que pode levar a amputação e a perda da visão e função renal . Segundo Walter França, outro detalhe que deveria ter sido levado em consideração pela ANS, em plena Pandemia,  é que obesos e diabéticos correm o risco de desenvolver a forma mais grave do Covid, antes dos 65 anos de idade.